terça-feira, 3 de agosto de 2010

Naquela Estação

Ponto Rebeca

Se eu soubesse que seriam os últimos momentos, teria repensado cada segundo das minhas palavras e pesado a minha consciência confrontando com a sua ausência. A cruel dor de suportar aquele que mal consegui cumprimentar contrastava com o meu momento impar do dia. Estar com você. Seria tão bom se a alma falasse ou se o tempo avisasse o que estaria por vir. São nessas horas que chego a delirar a existência do superior. Mudo de casa, troco de terreiro, mas não deixo de rezar.
Sociedade injusta de miseráveis juízes hipócritas. Donos da razão. Adoram julgar a vida alheia, porém não permitem que as suas sejam julgadas. Sinto a condenação nos olhares daqueles que de longe execram meu comportamento, porém dormem em terrenos minados sonhando em um dia voarem para poderem sair. Eu caminhei e senti as dores de todas as bombas estourando sobre o meu comportamento. E você será que é capaz?
Precisava viver! Mas hoje trocaria minha vida para ter você ao meu lado.
Hoje sei o real tamanho do vazio que deixou. Um abismo sem fim, uma saudade incontrolável, uma alegria ilusória que aumenta na simples lembrança do seu sorriso, como quem sonhasse dar uma ré na vida. Uma ré ao ponto do qual nunca deveria partir. Um ponto chamado Rebeca.